domingo, 13 de janeiro de 2008

O que me alimenta também me destrói

Esta frase ( ou mais ou menos isso ) está escrito na barriga da atriz Angelina Jolie. Eu já sabia disso, mas só parei para pensar mais no significado dela quando vi a atriz mencionar sua tatuagem no programa Inside the Actors Studio.
Fora o que podemos pensar de óbvio, afinal comer demais nunca é bom e eu só escolhi este post porque amanhã começo uma dieta, fico pensando em outras coisas que nós alimentamos ( ou que nos alimentam) até a destruição. Eu sou muito boa em alimentar minha tristezas e me alimentar delas, torná - las enormes e desesperadoras como os monstros que a gente imagina quando é criança, hoje em dia acho que não alimentarei mais nenhuma tristeza até quase me destruir, mas é como se fosse o tratamento de um vício, a recaída está sempre próxima, o bom é que cada vez que me levanto, penso que consigo escapar melhor das armadilhas que eu mesma crio.
" Todo o desejo é um desejo de morte" , diz um dos meus livros favoritos. A coisa maior que nos empurra pra frente, a vontade, acaba nos levando à frustração e à raiva quando não sabemos com lidar com a sua não realização. OK, estou ficando um pouco sombria demais, a vontade ou o desejo também podem nos levar a mudanças ou a felicidade, mas falo da parte ruim porque cada vez mais, com o desejo de sermos mais bem resolvidos, nos tornamos mais anestesiados, se o que seria bom é nos alimentarmos de coisa boas, a negação das ruins nos torna cada vez menos preparados para enfrentá - las. Todo mundo vai sofrer, e isso é bom, mas como descobrir quando parar de alimentar o sofrimento sem alimentar a negação? Seremos sempre desmotivados ou ambiciosos demais, condenados a não achar o meio termo?
Quando afinal podemos dizer " já basta, estou satisfeito", quando nos sentimos realmente plenos ou bem alimentados? Ou será que somos feitos mesmo para querer sempre mais, comendo sempre mais até explodirmos ou acabarmos com tudo?
Eu não tenho respostas, continuo alimentando sentimentos que me envenenam, querendo roupas novas, achando que não sou o bastante, me frustrando quando as coisas dão errado. É exaustivo, mas de alguma maneira consolador. Me ajuda a lembrar que sou humana.

Um comentário:

Fernanda Gama disse...

Eu também!
Faço verdadeiros banquetes de tristeza, ilusões e mágoas aqui em casa.
Entrada, prato principal e sobremesa.
Querendo receitas, só me escrever...