segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Então um dia...

Um dia você acorda e descobre que não consegue respirar. Isso mesmo, por mais que você faça força, você não respira. O engraçado, ou o mais cruel, é que mesmo assim você continua vivendo. Tudo parece quase normal, mas você não respira.
As pessoas a sua volta continuam respirando, algumas mais outras menos, você descobre, algumas se solidarizam com você, outras simplesmente não entendem o seu desespero. Qual o problema de não respirar se você continua viva? Existem outras coisas mais urgentes, mais impotentes com que se preocupar ( e você que pensava que respirar era essencial).
Você se olha no espelho e é quase a mesma, mas seu corpo mudou agora que você não respira, algo está errado, ele está mais lento, mais pesado, mais mal cuidado. Você perdeu um pouco do viço não é? Será que todo mundo consegue ver? Você não sabe mais dormir! Ou até sabe, mas não é mais a mesma coisa, nada é mais a mesma coisa e isso deveria ser óbvio, afinal você não respira, não é? E de onde vem essa vontade de gritar o tempo todo? Gritar o quê? Pra quem?
Por mais que você reze, nada parece mudar, é ainda não entra ar. E você que respirava de modo tão natural... Aí estamos, no momento bem no meio do túnel, todo mundo diz que tem uma luz, lá do outro lado, e você acredita nela. Ah! Como você acredita!!! MAS NÃO CONSEGUE VER!!!
Pára um momento, tenta mais um pouco, ainda nada?
Ainda não vejo nada...
Está lá eu sei...
Tem que estar
Tenho que voltar a respirar.
Fé, mesmo sem ar.

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